3 de julho de 2016

Adanna

Uma vida fora do cativeiro: PARTE I


Fitei o teto cansada da viagem, estava tudo rondando minha mente, processando toda informação dos últimos meses.
- Adanna – o senhor misterioso chamou minha atenção, ainda vestia seu terno preto, segurava nosso contrato em suas mãos.
- Sim senhor? – me posicionei na posição de kajira como Sebastian havia me ensinado, sentada sobre meus pés, repousando as mãos sobre as coxas, de cabeça baixa. Ele sentou-se na cama.
- Você leu esse contrato direitinho?
- Sim.
- Quero que olhe para mim quando eu falar com você – seu tom parecia sério, levantei o olhar confusa – sei que foi adestrada como uma kajira, escrava, não sou adepto da cultura Goreana por isso comigo você vai ser uma menina doce e ao mesmo tempo minha cadela, entendeu?
- Sim senhor...
- Quando eu falar com você quero que responda sim dad – ele foleou o contrato – li seu antigo contrato com Sebastian, no BDSM as coisas são mais intensas, esteja ciente de que você é minha, controlarei suas roupas, seu horário de comer, está proibida de sair sem mim, tocar nas suas partes intimas, seu banho eu darei pessoalmente, fique longe de estranhos. Poderá usar o banheiro e beber água quando quiser, se me desobedecer será punida. Entendeu?
- Sim dad.
- Boa menina – ele levantou acariciando meus cabelos revoltos.
‘Dad’ se retirou do quarto, deitei novamente no tapete felpudo. Sebastian havia sido meu primeiro dono, entreguei-me a ele aceitando viver como escrava em cativeiro, apesar de estarmos tão avançados em tecnologia, quando conheci o Sebastian na pós graduação eu faria qualquer coisa para tê-lo inclusive ser escrava dele. Aconteceu tudo tão rápido, quase do outro lado do país meus pais acreditavam que eu havia arrumado um emprego, e vivia uma vida independente.
Depois de um ano com Sebastian, eu já não me via sendo uma mulher independente, a minha liberdade estava em seguir meu instinto e servi meu dono, nunca vou esquecer do dia em que ele me disse que não me queria mais, foi decepcionante ver toda aquela linda literatura dele morrer. No entanto ele já tinha um novo destino para mim, com meu consentimento deu-me como um objeto ao seu amigo, cujo nem o nome eu sei.
Talvez eu estivesse louca, vazia. Engolindo minha dor acabei cochilando. O Sr. misterioso me acordou como se acordasse uma criança, pegou meu corpo mole e começou a despir-me, falando baixo para não me assustar.
- Vamos Adanna, tem que tomar banho e comer antes de dormi – sonolenta acordei calma, já estava praticamente nua exceto pela calcinha – vamos minha menina fique de pé – levantei, então ele abaixou minha calcinha. Pegando-me pela mão caminhou comigo até o banheiro, onde havia uma banheira com água quente, me ajudando a entrar, prendeu meus cabelos e começou por banhar a minhas costas, deslizando as suas grandes mãos pelo meu corpo.
Meu dad era um homem alto, de corpo normal, nem gordo nem magro, de cabelos grisalhos e pele pálida, ele realmente parecia ter nascido no Rio Grande do Sul.

Demorou para cair a minha ficha, eu estava nua na frente de outro homem, percebi apenas quando suas mãos tocaram nos meus seios e o bico ficou rígido. Ele me ensaboou toda, enxaguo-me e para finalizar lavou delicadamente minha intimidade, me arrepiei toda. Me senti ridícula, uma mulher daquele tamanho regredindo daquele jeito? A vergonha era tanta que meu rosto ardia, ao mesmo tempo que eu senti um imenso frio, apesar da água quente o ar dentro de casa era frio.
- Venha – ele pegou uma toalha grande lilás, bastante macia e me envolveu.
- Está frio Dad – murmurei tremendo. Gentilmente ele me pegou no colo, levando-me até o quarto.
- Você está acostumada com climas quentes, por isso sente tanto frio – usando um controle ele aumentou a temperatura no aquecedor, me desenrolando, enxugou-me – você é linda – disse-me fitando meu corpo, sentir uma imensa vergonha, nunca gostei do meu corpo. Meu corpo, achava meus ombros largos em relação ao meu quadril, embora meu quadril ficasse enorme quando eu vestia um vestido, minha parte intima era mais escura que o resto do corpo, meus seios apesar de cheios eu os via flácidos e meu bumbum era todo marcado por finas marcas de estrias, mesmo assim ele me fitava assim como Sebastian e dizia que eu era linda, talvez realmente eu tivesse baixa estima, e ele estivesse certo, eu deveria mostrar a ele como suas palavras me faziam bem, no entanto eu nem sabia como reagir.
- Levante-se – levantei, apesar de para mim ainda está frio,  estava um frio suportável. Passou-me talco por debaixo dos seios, deu-me minancora para passar nas minhas axilas, e em seguida vestiu-me uma calcinha confortável, uma das que eu tinha na minha mala, um capote de moleton cinza, que provavelmente era dele, e minhas meias sete oitavos preta que eu havia comprado num site japonês há um bom tempo atrás, para termina passou-me alfazema e me fez deitar na cama.
- Quantos anos você tem?
- 26 anos dad.
- Como era sua rotina com Sebastian?
- Eu ficava em casa, cuidando dos afazeres domésticos, e no fim do dia ele me usava como queria – resumi, não queria entrar em detalhes. Me dava um nó na garganta lembrar do Sebastian, mas piorava ao falar dele.
- A menina gostava dele? – ele parecia um pai curioso, querendo saber o dia de sua filha. Mas não sabia o que responder, meus olhos encheram de lágrimas, eu não queria encara-lo- Shhh não precisa chorar – suas mãos acariciaram meu rosto.
- Ele me prometeu, disse que nossa vida ia melhorar, que eu sempre seria dele, porque não havia nada mais importante para um senhor que sua escrava, e mesmo assim ele me trocou, ele não admite, mas me trocou sim, por uma vadia loira – falei tudo de uma vez, sentindo meu coração se despedaçar novamente.
- Não xingue, não quero ouvir palavrões da sua boca – ele reclamou sério.
- O senhor vai me deixar também? Quando se enjoar de mim?
- Não posso lhe prometer, mas se for boazinha certamente terei medo de perde-la - mais uma vez ele me acariciou o rosto. Como ele poderia ser tão cruel? Eu estava com ele, mas ele poderia me abandonar também a qualquer momento, era muita coisa para engolir calada, então chorei no travesseiro enquanto ele se afastava. Cada lágrima derramada, aliviava-me, mas a ideia de ser passada para outro me deixava apavorada.

Dad demorou a voltar, acho que também tomou banho, com outra roupa chamou-me da porta do quarto. Não queria que ele visse que chorei, tentei limpar minhas lágrimas antes de levantar, mas demorei demais então ele foi até a mim.

0 comentários:

Postar um comentário